Uma análise feita pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) aponta para a continuidade da trajetória de recuperação do mercado de trabalho brasileiro, que começou no segundo semestre de 2021.
De acordo com o estudo, no mês de junho, a população ocupada no país era composta por 98,7 milhões de pessoas, um avanço de 9,5% na comparação com o mesmo período do ano passado. Depois de ajuste sazonal, o contingente passou para 101,2 milhões de ocupados em junho, alta de 1,4% em relação a maio, um novo recorde da série, iniciada em janeiro de 2012.
Já o nível de ocupação do mercado de trabalho chegou a 57% em junho deste ano, aumento de 4,5 pontos percentuais em relação a junho do ano passado. Este dado corresponde à proporção de ocupados em relação à população total em idade ativa.
A taxa de desocupação passou de 13,7% em junho de 2021 para 9,2% em junho de 2022, recuou 4,5 pontos percentuais. Segundo o estudo, a queda no desemprego só não foi maior porque mais pessoas entraram na faixa de idade de trabalho. A força de trabalho brasileira era composta por 108,7 milhões de pessoas em junho deste ano, alta de 4,1% em relação ao mesmo período de 2021.
Por outro lado, a quantidade de desempregados no país também vem recuando continuamente. Em junho deste ano, a população sem emprego era de aproximadamente 10 milhões de trabalhadores, 4,3 milhões de pessoas a menos em relação ao observado em junho de 2021. A queda nesse período foi de 30,1%.
Os dados apontam, também, para a expansão da ocupação informal. Houve aumento de 21,9% dos empregados sem carteira no setor privado entre junho deste ano e junho do ano passado. Já o emprego privado formal teve alta de 12,2% na mesma base de comparação.
No caso dos trabalhadores por conta própria, o ritmo de crescimento da população ocupada vem perdendo força. Em junho, essa população teve alta de 3,6%, na comparação interanual.
O desempenho apresentado é comprovado pelas estatísticas do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Previdência. Em junho, a economia brasileira gerou 278 mil novas vagas formais, contribuindo para a criação de 2,6 milhões de postos de trabalho formais nos últimos 12 meses.
A Nota de Conjuntura do Ipea apresenta estimativas mensais próprias feitas com base nos dados por trimestre móvel da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).