Brasileiros abandonam faculdade e apostam no Jogo do Tigrinho

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Nos últimos anos, o cenário educacional brasileiro tem enfrentado mudanças significativas. Um fenômeno curioso tem chamado a atenção: muitos jovens estão abandonando a faculdade para se dedicar a jogos de azar online, como o Jogo do Tigrinho. O que está por trás dessa tendência?

O Impacto do Jogo do Tigrinho nas Decisões dos Jovens

Uma pesquisa recente, realizada pela Educa Insights em parceria com a ABMES, revelou que 35% dos jovens que pretendiam iniciar uma graduação em 2024 não o fizeram. O motivo? Gastaram o dinheiro com apostas e jogos virtuais, especialmente o Jogo do Tigrinho.

Esse número representa aproximadamente 1,4 milhão de pessoas. Daniel Infante, sócio-fundador da Educa Insights, destacou que as plataformas de apostas estão se tornando concorrentes diretas das instituições de ensino.

Desistência por Região e Renda Familiar

A pesquisa também mostrou variações regionais na desistência. No Centro-Oeste e Norte, 42% dos jovens abandonaram a faculdade por conta das apostas. No Sudeste, esse número é de 36%, enquanto no Nordeste é de 34% e no Sul, 24%.

A renda familiar também influencia essa decisão. Entre as famílias com renda de até R$ 2,4 mil, 39% dos jovens desistiram da faculdade. Para aqueles com renda de até R$ 1 mil, esse índice sobe para 41%.

O Que é o Jogo do Tigrinho?

O Jogo do Tigrinho é uma plataforma de apostas online que funciona como uma máquina caça-níqueis. Criado pela empresa PG Soft, o jogo permite que os usuários apostem valores para participar. Apesar de operar ilegalmente no Brasil, ganhou popularidade em 2023.

Recentemente, o jogo se tornou alvo de polêmica, especialmente após uma mulher processar influenciadores que promoviam a plataforma. Ela alegou ter perdido R$ 322 mil e busca uma indenização de R$ 1,1 milhão.

Regulamentação e o Futuro das Apostas

Com o crescimento das apostas online, a discussão sobre regulamentação se intensifica. Celso Niskier, diretor-presidente da ABMES, afirmou que o setor deve participar do debate sobre a regulamentação das apostas, visando um crescimento saudável.

Além disso, 37% dos entrevistados acreditam que precisam interromper os gastos com apostas para conseguir cursar a faculdade em 2025. Essa realidade levanta questões sobre o futuro da educação e do entretenimento no Brasil.