A partir de segunda-feira (4) os servidores técnicos-administrativos em educação da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) entram em greve, por tempo indeterminado.
A categoria abrange cerca de 3 mil servidores e diversos cargos, sendo o de assistente em administração o mais comum. Metade do efetivo é de enfermeiros e médicos que atuam no HU (Hospital Universitário). A categoria tem uma pauta ampla, mas a principal reivindicação é a recomposição salarial de 19,99%.
A coordenação-geral do Sintufsc (Sindicato de Trabalhadores em Educação das Instituições Públicas de Ensino Superior do Estado de Santa Catarina), que mobiliza a greve, alega precarização geral das condições de trabalho.
Marcus Pessoa, coordenador-geral do sindicato, disse que não se trata de aumento salarial, mas de reposição. “Estamos há quase seis anos sem reajuste. A inflação acumulada do período soma cerca de 50%. Nos últimos seis anos, estamos com a mesma carga e recebendo a metade”, argumentou.
Segundo Pessoa, os servidores não estão conseguindo pagar aluguéis na região da Trindade, onde fica o campus da UFSC em Florianópolis.
“Estão indo morar em Biguaçu, Palhoça, ou Norte e Sul da Ilha. Agora, com o preço da gasolina nas alturas, as pessoas têm que escolher entre pagar a gasolina ou se alimentar”, lamentou.
Ainda conforme Pessoa, o Sintufsc recebe semanalmente colegas aposentados e da ativa pedindo cesta básica.
Movimento afeta serviços da universidade e Hospital Universitário
No caso do Hospital Universitário, o sindicalista reiterou que o efetivo não é composto somente dos técnicos da universidade. Isso significa que o hospital não vai parar na integralidade. O HU está sob gestão da Ebserh (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares), que tem outros profissionais.
Nenhuma contraproposta a recomposição dos servidores foi oferecida. “Oficialmente o governo não estabelece diálogo com as entidades do serviço público federal. Há dez dias, a nossa federação conseguiu uma reunião com servidores do Ministério da Economia. Foram apresentadas as reivindicações e o Ministério da Economia informou que nos retornaria hoje, dizendo se estabeleceria ou não diálogo”, revelou Pessoa.
Como a greve começa apenas na próxima segunda, não é possível dimensionar a adesão da categoria. O movimento está em sintonia com uma mobilização nacional.
Em Santa Catarina, uma nova assembleia está marcada para o dia 11 e, até lá, a categoria fica em assembleia permanente, podendo, a qualquer momento, fazer nova reunião para reavaliar a situação.
Em nota, a UFSC indicou que a decisão pela greve foi informada pelo sindicato à administração central na noite de quarta-feira (30) – a greve foi deflagrada no mesmo dia à tarde.
A instituição garante que o planejamento de retorno presencial em 4 de abril está mantido, assim como o calendário acadêmico com aulas presenciais a partir do dia 18.
VIA NDMAIS