No dia 18 de abril, Esther Dweck, ministra da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, anunciou que haverá um novo concurso para Analista em Tecnologia da Informação (ATI) em breve. Desde então, os servidores da área estão negociando com a Secretaria de Governo Digital a respeito dessas contratações.
De acordo com a Associação Nacional dos Analistas em Tecnologia da Informação (ANATI), está em análise a realização de um concurso com 205 vagas. A previsão é que o edital seja divulgado ainda em 2023, com as nomeações começando no próximo ano.
As informações foram inicialmente publicadas pelo portal Convergência Digital e confirmadas à Folha Dirigida pelo diretor presidente da ANATI, Thiago Aquino Lima.
“Sabemos da dificuldade e da situação caótica de várias outras carreiras, no entanto estamos trabalhando forte para que prospere essa reestruturação e concurso, já para o primeiro trimestre do ano de 2024. O Governo entende a importância desse cargo para sustentação das políticas públicas por meio do digital, e para sustentação dessas políticas públicas é necessário valorizar o cargo e realizar concursos”, disse Thiago.
O Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos é responsável por analisar e autorizar os concursos federais. De acordo com o ministério, eles estão analisando todas as demandas por concurso público encaminhadas pelos órgãos e entidades do Executivo Federal civil visando recuperar a capacidade de atuação do governo para a execução de políticas públicas.
No entanto, o ministério não confirmou o número de vagas nem a negociação para a realização do concurso com 205 vagas para ATIs.
A carreira de Analista em Tecnologia da Informação (ATI) faz parte do Plano Geral de Cargos do Poder Executivo (PGPE), criada pela Lei nº 11.357, de 19 de outubro de 2006. O requisito para a carreira é ter nível superior completo em qualquer área reconhecida pelo Ministério da Educação (MEC).
Remuneração dos analistas em TI podem subir para R$16 mil
A Associação Nacional dos Analistas em Tecnologia da Informação (ANATI) revelou que o diálogo com a Secretaria de Governo Digital ainda prevê a reestruturação da carreira de analista em TI.
A proposta é que a remuneração inicial seja em torno de R$16 mil para fazer frente à evasão dos profissionais para o mercado privado.
“Hoje, se somar os três componentes, dá um inicial de R$9 mil, que pode chegar a R$13 mil em final de carreira, o que é um absurdo diante da realidade desse mercado, o que explica porque a carreira de analista de TI é a que tem maior evasão no Executivo. Hoje somos 430 pessoas para atuar em 250 órgãos”, destacou o presidente da ANATI ao portal Convergência Digital.
A reestruturação exige a aprovação de uma nova lei. Atualmente, a carreira tem 20 níveis. Pela proposta, passarão a ser 13 níveis. Thiago Lima mencionou que uma nova carreira vai dobrar os valores atuais da remuneração.
“A ideia é termos vencimento básico, mais uma nova gratificação, GDATI, e mais um componente de retribuição por titulação, como forma de premiar servidores com mestrado e doutorado. Com isso, o inicial pode ir para R$16.625. E se considerarmos o aumento de 9% já aprovado, o fim de carreira, depois de 13 anos, pode girar em torno de R$28 mil”.
O presidente da ANATI finalizou: “Essa proposta resolve a retenção da força de trabalho. E quando fizer concurso, vamos atrair os melhores especialistas de TI. O último concurso foi realizado em 2015 e tinha 300 vagas, das quais só 190 foram ocupadas porque já o cargo não era atrativo. A gente precisa fazer diferente. E o governo sinaliza que vê a importância em valorizar e reter esse profissional”.
Os ATIs podem atuar na Secretaria de Logística e de Tecnologia da Informação (SLTI/MP) e em outros órgãos do governo federal.
Último concurso para analista em TI foi realizado em 2013
Há dez anos, foi publicado o edital do último concurso para analista em Tecnologia da Informação (ATI). A oferta inicial foi de 51 vagas para a carreira. Posteriormente, foi autorizado o acréscimo de 149 vagas, totalizando 200 oportunidades.
Todas as chances foram para lotação em Brasília. Com organização da Funrio, o concurso foi composto por provas objetivas, discursivas e avaliação de títulos.
Na etapa objetiva, os candidatos tiveram que responder a questões sobre as seguintes disciplinas:
- Língua Portuguesa;
- Direito Administrativo;
- Direito Constitucional;
- Administração Pública;
- Governança e Gestão de Tecnologia da Informação;
- Desenvolvimento de Sistemas;
- Engenharia de software;
- Segurança da Informação;
- Infraestrutura de Tecnologia da Informação;
- Rede de Computadores;
- Banco de Dados e Gestão da Informação.
Já a prova discursiva cobrou uma questão sobre um tema associado ao conteúdo programático das disciplinas Governança e Gestão de Tecnologia da Informação, Desenvolvimento de Sistemas, Engenharia de software, Segurança da Informação, Infraestrutura de Tecnologia da Informação, Rede de Computadores e Banco de Dados e Gestão da Informação. Com informações de Folha Dirigida