O presidente do Banco Central (Bacen/BC), Roberto de Oliveira Campos Neto, assinou um ofício na terça-feira, dia 30, solicitando a realização de um novo concurso com 545 vagas nos níveis médio e superior.
O documento foi enviado à ministra da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, responsável por analisar e autorizar os concursos federais.
O pedido é para que as 545 vagas sejam distribuídas entre os seguintes cargos:
- Técnico: 110 vagas.
- Analista: 410 vagas.
- Procurador: 25 vagas.
A carreira de técnico do Banco Central requer apenas o ensino médio completo. Com o reajuste anunciado pelo governo federal, as remunerações passarão a ser de R$8,5 mil, incluindo o novo auxílio-alimentação de R$658.
Para o cargo de analista, é necessário ter nível superior em qualquer área de formação. Após a aprovação no concurso do Bacen, os salários serão superiores a R$21 mil.
Para concorrer às vagas de procurador, os requisitos são: nível superior em Direito, registro na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e três anos de experiência jurídica. Após ingressar no cargo, os ganhos serão superiores a R$23 mil por mês.
O plano é preencher as vagas nos anos de 2025 e 2026. No primeiro ano, seriam preenchidos 205 cargos de analista, 55 de técnico e 13 de procurador.
Já em 2026, seriam preenchidos 205 cargos de analista, 55 de técnico e 12 de procurador.
De acordo com Campos Neto, a força de trabalho do Banco Central tem diminuído significativamente nos últimos anos.
“Isso tem resultado de aposentadorias e outras formas de vacância. Por outro lado, houve um aumento significativo nas responsabilidades institucionais, sem qualquer reposição desde os últimos concursos públicos autorizados em 2013”, afirmou o presidente do BC.
Ele ressaltou que a redução da força de trabalho do Bacen representa um risco para o adequado funcionamento do Sistema Financeiro Nacional (SFN), pois reduz a capacidade de manter os serviços essenciais da instituição financeira.
Os órgãos federais têm até esta quarta-feira, dia 31 de maio, para enviar os pedidos de autorização para concursos públicos. Agora, o Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI) irá analisar as demandas para decidir quais seleções serão autorizadas.
Nos últimos anos, o Banco Central solicitou o preenchimento de 245 vagas por meio de concurso público, mas os pedidos não foram atendidos.
A ministra da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, já afirmou que novos concursos públicos devem ser autorizados ainda em 2023. Ela destacou algumas áreas com grande déficit de pessoal, como o Banco Central (Bacen).
Dessa maneira, o aval para o concurso Bacen está no radar da ministra e pode ser concedido em breve.
“Desde que eu estava aqui [no governo Dilma Rousseff], eu já acompanhava áreas que tinham muita gente em abono de permanência, com risco de aposentadoria, e a reforma da Previdência em 2019 acelerou. Áreas que já estavam com risco muito grande, com 30% da folha podiam se aposentar. [Como] IBGE e Banco Central, mas tem outras também”, disse a ministra, em entrevista à Folha de São Paulo.
Segundo Esther, o Orçamento deste ano prevê cerca de R$1,5 bilhão para contratações de servidores.
“Não é muita coisa, mas permite a algumas áreas muito críticas e que têm concurso em aberto, cadastro reserva, fazer contratações. É nisso que a gente está tentando focar. E autorizar alguns novos ainda este ano”, constatou a titular da pasta responsável por analisar e autorizar os concursos federais no governo Lula.
A ministra já autorizou 9 mil vagas em concursos para o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, entre outros.
Último concurso Bacen para efetivos ocorreu há dez anos
Em 2013, foi divulgado o edital do último concurso Bacen para efetivos. Foram abertas 500 vagas para técnicos e analistas.
O Cebraspe (Cespe/UnB) foi o organizador da seleção. Os candidatos foram avaliados por prova objetiva sobre Conhecimentos Básicos e Específicos e avaliação de títulos.
Os aprovados ainda foram submetidos a um programa de capacitação.
As provas foram realizadas nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre, Belém, Fortaleza, Recife e Salvador.